quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O tempo e os sonhos.




O mais difícil é aprender que você também pertence aos seus sonhos. A maioria só aprende o contrário. Eu quero escorregar para fora de mim para reencontrar o que tenho por dentro. Redescobrir alguém que talvez ainda seja parecido com um menino que, um dia, achei que deveria deixar de ser. Há certos momentos na vida que seguir o que está ao seu redor é perder o que existe de melhor de si. Deve haver algum lugar no mundo que não precise de asas para voar, onde eu não tenha que perder os defeitos que não tenho. É preciso acreditar no melhor de nós antes que o melhor de nós deixe de acreditar na gente. O meu lado melhor nem sabia que eu existia.

“- Por quê a maior altura que conheço não coube em nenhum homem?
- É que há um limite. Passado este, não se enxerga mais homem.
- Vejo alturas mas não enxergo mais homens. É uma doença?
- Não. Se isso não te matasse tanto, diria até que é remédio. É que seu olhar ultrapassou a miudeza dos homens. Tente se distrair com os pássaros enquanto sobrevivemos.”


Eu passei uma boa parte de minha existência tentando entender a vida, a outra parte eu passei acreditando nela. Incrível é a insistência das pessoas em fazer-me entender aquilo que nenhum homem entende. Se a vida pudesse escrever em meu lugar diria que ela que não entende o homem. Não me convenço o porque de se cultivar razões - inatingíveis - enquanto todos sabem que são os desejos que nos movem. Viver é como amar, a moderação não agrada. Ou existe ou falta intensidade. Compreender não traz satisfação. Ou você pisa um pouco acima do mundo ou o mundo pisa em você. Há perigos escondidos nos espaços vazios entre os bons aprendizados que o tempo nos traz. As vezes ele - o tempo – também se torna um mestre injusto, nos educa com um idioma adulto, medíocre. A vida fala língua de criança.

"A infância é mesmo tão traumatizante que veja só o que gera: adultos."


Um dia, tudo ficará bem... Acredite!


Ps.: Trechos em itálico escritos por Vítor Freire.

2 comentários:

Rosa Magalhães disse...

Esse texto me caiu como uma luva, assim... bem na alma, sabe? Amei, darling! Bjux.

:: VERÃO E INFERNO :: disse...

Que bom, meu bem!